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Como a psicoterapia pode me ajudar?

  • Foto do escritor: hugobbm
    hugobbm
  • 30 de mai. de 2024
  • 6 min de leitura

Como primeiro tema de uma série de textos sobre psicoterapia que pretendo começar a postar nesse blog, creio que é interessante começar com a pergunta: “como a psicoterapia pode me ajudar?” e para responder essa pergunta vou contar sobre minha história pessoal a partir da minha visão de hoje, depois de 8 anos de experiência clínica e com bastante embasamento teórico e prático sobre os benefícios que a psicoterapia pode trazer.


Minha jornada na psicoterapia começa quando eu tinha em torno de 12 anos de idade, meus pais tinham acabado de passar por um divórcio conturbado e estavam completamente imersos em seus próprios problemas materiais e emocionais, fazendo com que eu me sentisse invisível, sem nenhum espaço para poder sentir minha dor de ver meus pais separados e brigando constantemente.


Diante disso, como um bom adolescente que não sabe compreender bem suas emoções, nem muito menos coloca-las para fora, comecei a usar de forma inconsciente um mecanismo chamado de “autoregulação”, isso significa dizer que sem ter a consciência do que estava fazendo, meu organismo começou a buscar formas de chamar a atenção que eu estava precisando, em outras palavras, comecei a ter problemas com notas na escola.


E deu certo! Tomei recuperação final e fui pedir ajuda para minha mãe para passar de ano e não ficar longe dos meus amigos. Minha mãe prontamente me disse que ajudaria, e me colocou em aulas particulares para que eu conseguisse passar de ano. Mas, a condição dela para isso era que eu começasse a fazer psicoterapia, e assim aconteceu, comecei a fazer

psicoterapia sem nem saber para que servia isso ou o que eu deveria fazer ou falar nesses encontros.


Nas primeiras sessões eu me recusava a falar alguma coisa, passava a sessão toda com um boné na cara e de braços cruzados, assim foi durante algumas sessões. Até que um dia fiquei intrigado com a atitude daquele homem na minha frente que ficava me observando, deixando eu apenas ser um adolescente rebelde e perguntei:

- O que você fica tanto me olhando?

- O seu silêncio e sua atitude me dizem muitas coisas.


Para te dizer a verdade fiquei completamente confuso nesse momento, nunca tinha estado verdadeiramente em uma relação que a pessoa prestasse tanta atenção em mim, que me desse espaço somente para eu ser quem eu gostaria e que tivesse tanta paciência com minha rebeldia. Aquilo era novo para mim, hoje vejo que nunca tinha vivenciado uma aceitação incondicional e uma compreensão empática tão verdadeira quanto aquele momento. Acredite se quiser, mas essas duas técnicas da psicoterapia podem ser completamente transformadoras.


Depois disso comecei a me abrir mais e essa relação terapêutica durou muitos anos. Em alguns momentos encerramos as sessões e ficamos um tempo sem nos encontrar, mas depois voltei a buscá-lo e fiquei mais alguns anos em terapia. Até o momento em que comecei a ser um jovem adulto e decidi por encerrar as sessões novamente.


Nesse momento eu estava cursando direito pela manhã, fazendo estágio na área jurídica na parte da tarde, cursando psicologia a noite, e nos finais de semana buscando conhecer um novo mundo de festas e amigos. Esse período foi difícil para minha saúde física e mental, eu comia mal, dormia mal, vivia de segunda a sexta em uma correria sem fim, tentava conciliar trabalhos, provas e obrigações do estágio.


Mas o mais impressionante nessa época da minha vida era que eu não percebia que estava mal, eu havia me acostumado com a ideia de que eu tinha que fazer tudo aquilo, quando me queixava que eu vivia correndo e sem tempo, eu ouvia da minha família: “o que você faz de meia-noite às seis?” e eu acreditava que era assim que tinha que ser mesmo, estava afundado em uma vida estressante, sem sentido e completamente anestesiado. Sem perceber minhas emoções, meu cansaço, minha fome, ou seja, sem me perceber de forma geral.


Quando comecei a estudar a abordagem da Gestalt-terapia, na faculdade de psicologia, eu fiquei fascinado, era uma abordagem muito profunda em fundamentação filosófica e ao mesmo tempo com técnicas de atuação na clínica. O que eu mais estudava até então era a corrente psicanalítica (minha abordagem de escolha naquele momento) que focava muito na filosofia e pouco na prática clínica, ou a análise do comportamento, que focava muito na prática clínica e quase nada na filosofia e na complexidade do ser humano.


A Gestalt-terapia estava agora me apresentando uma junção desses dois modelos, estava me ensinando uma visão do ser humano com base no humanismo, no existencialismo e na fenomenologia, três correntes filosóficas muito profundas e que eram maravilhosas de serem estudadas, além disso, essa abordagem também estava me mostrando comportamentos que são considerados não saudáveis e formas de intervir clinicamente neles. Decidi por aprofundar mais nessa abordagem, comecei indo atrás do meu professor para ele me atender e assim para que eu pudesse vivenciar aquilo tudo que eu estava aprendendo.


Lembro que na primeira sessão eu falei durante o tempo todo, nem imaginava que eu tinha tanta coisa para falar. E lá estava eu mais uma vez em um consultório de psicoterapia sem nem perceber o quanto eu estava precisando daquela escuta qualificada. Essas sessões abriram espaço para eu olhar para mim mesmo, me deram voz para eu dizer o quanto estava achando minha vida ruim de ser vivida, me mostraram como eu precisava começar a olhar mais para mim mesmo e buscar me sentir melhor na minha própria existência, me fizeram buscar uma vida com mais satisfação.


Logo em um primeiro momento a maior mudança foi abandonar completamente o direito, eu já tinha me formado, tirado a OAB e até mesmo começado a advogar de forma autônoma, mas ser advogado não era nem de perto uma realização para mim, fiz o curso e tentei atuar mais para tentar agradar minha família do que para me agradar.


Outra grande mudança foi aprender a identificar que eu havia por muito tempo extrapolado os meus limites, e não foi somente naquela rotina muito atarefada de dois cursos de graduação e estagio, foi também nas relações pessoais, amorosas e familiares. Assim, eu comecei aos poucos a me delimitar, a entender o que estava me invadindo, me desrespeitando e o que não estava.


Comecei a valorizar mais o que eu gostava de fazer, como a própria psicologia, o contato com a natureza, meus hobbies, meus lazeres, enfim, aos poucos fui me conhecendo melhor, entendendo o que me dava prazer e o que não fazia mais sentido para mim. Acho que já ficou claro como a psicoterapia me fez muito bem e que realmente eu senti na pele o que hoje em dia eu me proponho a trabalhar com as pessoas que me procuram. Mas também devo deixar claro que a psicoterapia não é como um passe de mágica, os meus psicólogos não fizeram com que minha vida se transformasse do dia para a noite, e não me apontaram caminhos para seguir.


Na verdade, o que aconteceu é que eles me proporcionaram um espaço, uma escuta e intervenções que abriram minha consciência para que eu conseguisse me enxergar melhor e fazer melhores escolhas. Para que eu pudesse desabafar, chorar, gritar, sorrir e sentir sem medo de julgamentos. Fazendo com que assim eu pudesse me experimentar e entender melhor quais acontecimentos despertavam esses sentimentos e como eu reagia quando eu

me sentia desta maneira. Isso é o autoconhecimento, não se trata de uma de uma formula ou de 10 passos a serem seguidos, trata-se de um processo pessoal e único, em que o sujeito se abre para uma busca corajosa de se conhecer.


No final do dia, a terapia é uma jornada de autodescoberta e crescimento pessoal. É um espaço seguro e acolhedor onde você pode explorar seus desejos e medos mais profundos, suas alegrias e tristezas mais íntimas. É um lugar onde você pode ser verdadeiramente você mesmo, sem julgamento ou expectativas externas.


Então, por que você deveria buscar psicoterapia? Porque você merece uma vida plena de significado, propósito e realização. Porque você é digno de aceitação e apoio. E porque a terapia pode ser a chave para uma vida autentica e de novas possibilidades.


Se você está pronto para dar o próximo passo em sua jornada de

autodescoberta e crescimento pessoal, não hesite em entrar em contato. Estou

aqui para fazer por você o que um dia fizeram por mim.

 
 
 

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